quinta-feira, 21 de abril de 2011

Lendo Clarice

E aí, minha gente, todo mundo lendo? Todo mundo clariceando? Vou claricear também! Aproveitem o feriado, mas se não der, não se desesperem... Daniel Pennac, educador francês, diz, em Como um romance, que o leitor tem direitos. São eles:

Os direitos do leitor (Daniel Pennac)

O direito de não ler
O direito de pular páginas
O direito de não terminar um livro
O direito de reler
O direito de ler qualquer coisa
O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível)
O direito de ler em qualquer lugar
O direito de ler uma frase aqui e outra ali
O direito de ler em voz alta
O direito de calar

Logo, acalmem-se! E vamos nos ler na segunda-feita, às 19.30, ok?

Ah, Pennac também fala sobre a importância da leitura em voz alta... Diz ele:

"O desaparecimento da leitura em voz alta é muito estranho. O que teria Dostoievski pensado disto? E Flaubert? Já não há o direito de colocar as palavras na boca antes de as meter na cabeça? Já não há ouvidos? Já não há música? Já não há saliva? As palavras já não sabem a nada? O que é que se passa? Não declamou Flaubert a sua Bovary em altos gritos, até furar os tímpanos? Não estará ele definitivamente melhor colocado do que qualquer outro para saber que a compreensão do texto passa pelo som das palavras, de onde deriva todo o seu sentido? Não saberia ele como ninguém, ele que tanto lutou contra a música intempestiva das sílabas, contra a tirania das cadências, que o sentido se pronuncia? Então? Textos mudos para puros espíritos? Rabelais, ajuda-me! Flaubert, Dosto, Kafka, Dickens, acudam-me! Gigantescos anunciadores de sentido, venham cá! Venham soprar nos nossos livros! As palavras precisam de corpo! Os nossos livros precisam de ter vida! (…) Daniel Pennac ( pp. 164-165)

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