sexta-feira, 15 de abril de 2011

O primeiro clube a gente nunca esquece

Pois todo começo, todo primeiro dia, toda estreia é especial. Há sempre um frio na barriga, quem vamos encontrar? O que vamos dizer? O que vão nos dizer? Acontecerá a química? Pois um primeiro encontro, seja ele de amor ou não, seja o primeiro dia de aula, a primeira partida da final, o primeiro dia do trabalho, a primeira noite de amor, é puro mistério: pode ser bom e pode não ser bom. Há como prever? Não, não há. Daí o frio na barriga, um certo medo, quase uma vontade de fugir, daí também a adrenalina, a excitação. Pois nosso primeiro encontro foi assim, muito bom. É coisa que se sente, que não se explica. Foi noite boa, dessas que não cansam, que revigoram, que dão vontade de viver. Felicidade boba e tão importante. A força da literatura me parece é exatamente essa: estabelecer uma rápida e intensa aproximação, uma verdadeira aproximação, encontro de almas. Isso é incrível. Maravilha de encontro, guiado pela palavra - desarticuladora - de Clarice, que nos alerta, através de Ulisses:

Mas não tenha medo da desarticulação que virá. Essa desarticulação é necessária para que se veja aquilo que, se fosse articulado e harmonioso, não seria visto, seria tomado como óbvio.  

Um encontro como o nosso não tem nada de óbvio. ´Talvez por isso tenha sido tão interessante.

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